1990 - a Era Dunga, parte um
Brasileiros perfilados antes da partida contra a Argentina. Em pé: Taffarel, Ricardo Rocha, Mauro Galvão, Ricardo Gomes, Jorginho e Branco. Agachados: Müller, Alemão, Careca, Dunga e Valdo.
Sim, amigos e amigas, essa é uma história em duas partes. Impossível tentar contá-la de outro modo: os eventos que começam na fracassada Copa da Itália, em 1990, são os mesmos que acabam resultando em triunfo, na famigerada conquista de 1994. E mais do que em esquemas táticos, filosofias de jogo ou partidas inesquecíveis, toda a glória e tragédia dessas duas competições estão concentradas em um homem. Carlos Caetano Bledorn Verri, o homem com apelido de anão da Branca de Neve, o Dunga que batizaria uma Era de fracasso e, quatro anos depois, retomaria para si esse mesmo rótulo para transformá-lo em sinônimo de sucesso e superação. Não sei quanto a vocês – para leitores mais apaixonados pela mítica visão do “futebol arte”, talvez a história de Dunga seja banal e até, vai saber, nociva para o esporte mais popular de nosso país. Pessoalmente, como apreciador do caráter alegórico do futebol, acho a saga de Dunga uma das mais sensacionais de toda a história das Copas. E que se dane todo o resto: nesses próximos dois posts, contarei a história a partir de Dunga. Torcendo para que, no fim das contas, o futebol e a História, com maiúscula, saiam engrandecidos.
O homem que batizaria uma era começou a carreira em 1983, defendendo o vermelho e branco do Internacional. Passaria por outros clubes brasileiros, como Corinthians, Santos e Vasco da Gama, conquistando apenas títulos estaduais. Mesmo sem levantar taças, seu estilo de jogo aguerrido, sério e de profunda disciplina tática chamou a atenção do mercado europeu, que na época ainda era relativamente fechado para os atletas brasileiros. Foi contratado pelos italianos da Pisa, em 1987, clube que defendia quando da sua primeira convocação para a seleção. Na temporada seguinte iria para a Fiorentina, onde faria algumas temporadas de sucesso – e onde se consagraria de vez como favorito de Sebastião Lazaroni, jóquei da seleção brasileira na Copa da Itália.
A primeira escolha para a comissão técnica, na verdade, era Carlos Alberto Parreira – treinador que já havia sido testado logo após a Copa de 1982, e que sempre estivera entre os favoritos de Ricardo Teixeira, chefão da CBF. No entanto, Parreira estava treinando a seleção da Arábia Saudita, e resolveu cumprir o compromisso até o fim, declinando do convite de Teixeira. Foi um processo amigável, e que manteve as portas abertas, como 1994 nos provará logo adiante, mas enfim. Na falta de seu favorito, a CBF optou por um nome que supostamente teria condições de reformular o jeito de jogar do Brasil e adaptá-lo às necessidades de um novo momento – mais físico e menos técnico – do futebol mundial.
Sebastião Lazaroni tinha como principais conquistas uma trinca de campeonatos cariocas, um pelo Flamengo (1986) e dois pelo Vasco da Gama (1987 e 1988). Para um poder cada vez mais centralizado no Rio de Janeiro, eram as credenciais perfeitas – e a proposta de jogo de Lazaroni também agradou muito aos homens fortes de nosso futebol. Havia uma ideia consensual de que havia sobrado inspiração e faltado transpiração nas Copas anteriores – ou dito de outro modo, que a habilidade típica do futebol brasileiro tinha sido anulada pela maior dedicação tática de nossos adversários. Precisaríamos somar cultura tática ao nosso estilo de jogo, aprender os truques europeus para jogarmos um futebol mais moderno e competitivo. Um conceito que pouco tinha de inédito (lembremos, por ex, dos “overlappings” e “pontos futuros” de Cláudio Coutinho em 1978), mas que encontrava em Lazaroni uma abordagem ainda mais radical.
Respaldado pelos bons resultados em seus primeiros jogos – em especial na bela conquista da Copa América em 1989, o primeiro título internacional desde a Copa do Mundo de 1970 – Lazaroni foi montando um esquema tático mais de acordo com suas concepções de futebol. Para robustecer a defesa, apostou em um esquema com três zagueiros, deixando um deles – o líbero – mais atrás para o último combate. No meio de campo, um volante mais fincado, acompanhado por dois jogadores que revezariam as tarefas de frente com o apoio na marcação. Para que o time não ficasse muito fragilizado no frente, os laterais eram transformados em alas, avançando constantemente no apoio aos atacantes. Ou seja, um esquema teoricamente dinâmico, no qual a liberdade criativa seria resguardada por uma marcação sólida e eficiente. E para que um esquema desses pudesse funcionar, uma peça era de suma importância: o volante, o jogador de marcação no meio de campo, o homem que carregaria o piano e daria estabilidade aos setores nevrálgicos do time. Um homem de brio e de profunda dedicação tática – um homem como Dunga.
Desnecessário dizer que essas ideias todas foram vistas com algum, digamos, ceticismo pela mídia brasileira. Era um esquema novo, pouco prático e que não parecia levar muito em conta as características do futebol brasileiro. O 3-5-2 planejado acabava, segundo os críticos, virando um 5-3-2 dos mais retranqueiros – e não apenas porque os supostos alas, Jorginho e Branco, não conseguiam superar os cacoetes da lateral, como também pela falta de criatividade no meio de campo. Muitos dos críticos incrementavam seus protestos com uma conta simples: para colocar mais um zagueiro, tínhamos tirado um atacante do time. Ou seja, muitos clamores por um retorno ao 4-3-3 espocavam em todos os cantos do país – mesmo que fatores imprevisíveis, como a séria lesão de Romário a serviço do PSV da Holanda, dificultassem um pouco a aplicação dessa formatação tática.
Além da insegurança tática, outro problema caía sobre aquela seleção: a sedução do mercado europeu. Foi nesse período que a Europa passou a investir pesado em jogadores brasileiros – o que se escancara em uma rápida comparação: enquanto apenas dois atletas da equipe de 1986 jogavam fora do Brasil, em 1990 já tínhamos nada menos que doze jogadores “estrangeiros” na convocação final. A sedução de salários vultosos e de uma vida luxuosa era cada vez mais forte para nossos atletas – e isso acabou gerando uma grande rivalidade entre os jogadores. A seleção não era mais o ápice da carreira de um jogador: havia se transformado, isso sim, em uma grande vitrine, um mostruário no qual se desfilava diante dos olhos exigentes dos empresários e agenciadores. Todos queriam jogar – e isso foi arruinando a camaradagem e a disciplina, necessárias em qualquer equipe que quer vencer. E isso sem contar a dificuldade de usar a equipe titular em todos os amistosos, já que muitas vezes os times europeus batiam pé e não queriam liberar os jogadores pelos quais pagavam tão bem.
As eliminatórias não ajudaram a acalmar as coisas, pelo contrário. Em um clima de tensão, o Brasil enfrentou Venezuela e Chile, em uma campanha que culminou em um jogo de enorme dramaticidade. Iguais em pontos, Brasil e Chile foram jogar no Maracanã a classificação para a Copa da Itália, no que podia ser a primeira ausência do Brasil na história do torneio. Jogo duro, violento, cheio de confusões, que o Brasil ia vencendo por 1 a 0, gol de Careca, até os 24mins do segundo tempo. Foi então que o surrealismo tomou conta: um foguete sinalizador cai no meio da área chilena, o goleiro Roberto Rojas (que aliás estava fazendo um partidaço) se contorce no chão como se tivesse sido atingido, sai de campo carregado e ensanguentado e o Chile abandona o gramado, alegando falta de segurança. Mais tarde, descobriu-se que Rojas forjou a lesão com um bisturi escondido nas luvas, em uma tática maluca para tentar escapar da desclassificação, e que já tinha planejado a cena de qualquer maneira – a queda do foguete rendeu apenas um pouco mais de teatralidade para a cena toda. Depois de um período de dúvida, no qual temeu-se um punição ao Brasil e ninguém sabia se a partida recém jogada valia ou não, a FIFA dá um jeito na palhaçada: declara o Brasil vencedor por 2 a 0, dá um gancho na seleção chilena e declara Rojas banido do futebol. De todos os envolvidos, quem mais lucrou mesmo foi a moça que jogou o foguete no gramado. Rosinery Mello ganhou o apelido Fogueteira, posou para Playboy e ganhou uma grana considerável antes de casar e mudar-se para o interior do RJ, onde vive ao lado do marido e de dois filhos.
Imaginem então a tensão latente na seleção brasileira quando finalmente embarcamos para a Itália. Um grupo pouco unido, sem resultados satisfatórios, classificado com as calças na mão, sofrendo questionamentos de todos os lados. O próprio Lazaroni, antes respaldado por todos, sofria contestações de alguns cartolas e reclamava da falta de pulso da CBF na hora de garantir a presença de todos os convocados. Atritos sobre a premiação tomaram conta das manchetes, o que somou ao já bastante contestado grupo de jogadores a pouco elogiosa pecha de mercenários. Na tentativa de controlar a crise iminente, a CBF mudou de última hora a sede da delegação – ao invés de Roma, os jogadores ficariam em Turim, mais perto do local onde disputariam a primeira fase. Além disso, optou-se por permitir livre acesso aos parentes e familiares dos jogadores – uma medida que tinha o objetivo de aliviar tensões, mas acabou transformando a preparação para a Copa em uma grande colônia de turismo. A imprensa, proibida de entrar pelos atritos anteriores, colocava mais lenha na fogueira, criticando sem medo o que estava rapidamente se transformando em um grande circo. E é claro que, em tais circunstâncias, qualquer resquício de foco e concentração já tinha ido para o espaço.
Mesmo com tudo isso, Lazaroni adotava um discurso externo de muita confiança – e tecia elogios para o seu time, frisando em especial a preparação física e o espírito tático de Dunga, o volante cumpridor, o líder dentro de campo, o pilar daquela equipe renovada e disposta a vencer. Um jogador daqueles era um exemplo, dizia o treinador – e a imprensa, sedenta de polêmica e insatisfeita com o que via, passou a usar esse exemplo da forma mais negativa possível. O que nas palavras de Lazaroni era aplicação tática, virava falta de criatividade nas colunas de jornal e nas reportagens de TV. O que era exaltado como espírito voluntarioso, foi sendo transformado em deficiência técnica e medo de jogar futebol. Aquele time era feio, bobo, chato e jogava mal ainda por cima. Sempre atrás, retrancado, quebrando a bola que o brasileiro se acostumara a tratar com tanto carinho nos relvados mundo afora. Uma época de negação de nosso verdadeiro futebol, seja lá onde ele tenha estado em nossa história. Uma era de volantes brucutus e de pernas-de-pau. Uma era fadada ao fracasso. A Era Dunga.
Esse período nebuloso teria início efetivo no dia 10 de junho de 1990, em um Delle Alpi de Turim lotado com mais de 62 mil torcedores. O Brasil entrou em campo para encarar a Suécia com Taffarel; Mozer, Ricardo Gomes e Mauro Galvão; Jorginho, Dunga, Alemão, Valdo e Branco; Careca e Müller.
Para sermos honestos, devemos dizer que o Brasil não jogou mal, e que o placar final de 2 a 1 representou bastante bem o que de fato foi o jogo. Mas era perceptível a dificuldade brasileira de funcionar em um estilo de jogo tão diferente do seu usual, ainda mais em um momento de tanta responsabilidade por bons resultados. Apesar da rapidez nos contra ataques, faltava ao Brasil um pouco mais de agudeza com a bola no pé, e a grande quantidade de erros de passe acabava transformando o jogo em uma espécie de briga para ver quem ficava menos tempo com a bola dominada. A defesa, ainda que bem resguardada, acabava tendo bastante trabalho pela falta de retenção de bola na frente. E isso sem contar a utilização meio inusitada que Lazaroni fazia de Mauro Galvão como homem da sobra. Ao invés de marcar por homem, Sebastião Lazaroni instruía o time a marcar por zona, o que transformada a questão do líbero numa invencionice tática sem muito sentido. Foi uma vitória justa, mas pouco empolgante – e um sinal negativo para os dias que viriam.
Contra a Costa Rica, segundo adversário no Grupo C, fizemos uma partida de ampla superioridade técnica. O placar final de 1 a 0, gol chorado de Müller em bate-rebate na área, não reflete bem o que foi o jogo: o Brasil esteve sempre em cima, com amplo controle das ações, e poderia facilmente ter construído um escore mais elástico. Foi um placar magro, porém, e que Lazaroni defendeu sem nenhuma sutileza, municiando os críticos ao dizer que “um a zero é goleada”. O passe melhorou, a equipe estava melhor postada em campo, mas nada disso bastava: para um equipe já tão rotulada, a tolerância era baixíssima, e só um show de bola a cada jogo poderia ser suficiente para acalmar as críticas. E aquela não era uma seleção de shows: era pragmática, séria e sisuda em busca do resultado necessário. Difícil angariar simpatia numa conjuntura dessas...
Foi aí que a bagunça tomou conta de vez. Aldair, descontente com a falta de oportunidades, começou a dar indiretas nas entrevistas concedidas durante as janelas de imprensa. Bebeto, de cara amarrada, reclamava de ter entrado quando faltavam apenas sete minutos para o apito final. Jogadores se encontravam com empresários nos dias de folga, negociando contratos vultosos com equipes de ponta da Europa. Bismarck, um dos reservas menos destacados, reclamava nos bastidores: precisava jogar pelo menos alguns minutos para garantir o contrato com um clube dos Estados Unidos, onde poderia jogar e ao mesmo tempo estudar na universidade. E o absurdo dos absurdos: dizia-se que o próprio Sebastião Lazaroni já negociava seu futuro, acertando contrato para treinar a Fiorentina depois da Copa. A mesma Fiorentina onde jogava adivinhem quem? Dunga, o protegido, o símbolo daquela algazarra que se pretendia seleção brasileira.
O jogo com a Escócia é o retrato de tanta bagunça. Mudanças ocorreram na escalação – Mozer saiu para entrar Ricardo Rocha e Romário, outro que mesmo descontado se queixava pelos cantos por não conseguir jogar, ganhou a vaga de Müller no ataque. Desconcentrada, a seleção marcou outro mirrado 1 a 0, em uma partida sem o menor lampejo de criatividade ou mesmo de maior empolgação. O gol da vitória só sairia aos 37mins do segundo tempo, pelos pés do mesmo Müller que, retirado de campo por questões que nada tinham a ver com técnica, voltou a campo para corrigir um pouco toda a lambança. Mais do que implicância da imprensa, tínhamos um fato muito claro: o Brasil estava mal. Muito mal. E a queda era só questão de tempo.
E viria a galope, o tombo final de nossa frágil e desunida seleção. Registrou-se no dia 24 de junho, no mesmo Delle Alpi que havia testemunhado o começo desta confusa trajetória. O adversário era a Argentina, campeã em 1986, mas que vinha caindo pelas tabelas e tinha feito uma campanha péssima na primeira fase, conseguindo vaga apenas entre os melhores terceiros colocados. Maradona estava lesionado, jogando no sacrifício. E mesmo assim, ninguém botava muita fé na seleção brasileira. Era confusão demais, descrença demais, individualismo e indiferença demais. Mesmo que tenha conseguido jogar bem – e devemos ser honestos, foi sem dúvida a melhor partida brasileira naquela Copa – faltava espírito para aquela seleção. A verdadeira vontade de vencer, se é que havia existido, já não existia mais: tinha se perdido entre conversas com empresários, trocas de farpas pela imprensa, passeios aos shoppings italianos ao lado de parentes e esposas. Era uma equipe sem alma, aquela. Alma que os argentinos ainda tinham em boa quantidade, e que foi suficiente para substituir a técnica quase ausente e levar os hermanos a uma vitória das mais copeiras.
Eram 34mins do segundo tempo quando Maradona deu uma arrancada irresistível, deixando Alemão na saudade, Ricardo Rocha tonto, Mauro Galvão e Ricardo Gomes abraçados numa trombada tragicômica. O lançamento preciso encontrou Caniggia livre, tendo apenas que se livrar de Taffarel antes de meter a bola para as redes. Havíamos empilhado chances, mandando no jogo, tomando conta dos espaços, colecionado bolas na trave; na hora da verdade, porém, o talento individual e o espírito coletivo falaram mais alto. Morremos cedo, logo nas oitavas de final – um destino dolorido, porém justo para uma nau que há muito navegava nas águas fétidas do fracasso. Acompanhem os melhores momentos do jogo no link abaixo, e percebam como a empolgação de Galvão Bueno vai murchando - e virando amargura - na medida em que vai ficando mais claro o final daquela novela.
Consumada a derrota, veio o momento da desforra, do desabafo e da injustiça cruel. Renato entrou nos minutos finais e, sutil como uma ratazana que invade a cozinha de uma pastelaria chinesa, soltou o verbo. Para ele, a derrota era punição justa a um treinador retranqueiro e a um time medroso, que tinha medo de atacar. Os jornalistas e comentaristas esportivos, brigados desde muito antes com a seleção, acharam nesse fracasso espaço para exercitarem os adjetivos. E Dunga, mais do que nunca, virou símbolo do fracasso do futebol sério e pragmático, da tática castradora do talento, do suposto craque que mal sabe dominar uma bola entre os pés. Nos bares, nos programas televisivos, nas conversas dos taxistas e nas colunas dos jornais, a Era Dunga era decretada morta antes mesmo de começar de fato. Aquele gaúcho com apelido de anão era o pilar daquela seleção tão facilmente desmontada – e sobre ele desabou o peso completo do aparente fracasso daquela geração. Os erros administrativos, a falta de comprometimento, as confusões táticas e o trabalho sem nenhum critério – nada disso era problema. O que contava mesmo era o crime contra o futebol bonito, o elogio à feiúra tornado ainda mais inaceitável pela ausência de resultado prático. Essa não era a seleção brasileira. E para que esse fantasma não voltasse nunca mais, era preciso humilhar o nome que o personificava, e esmagar toda e qualquer memória positiva dessa Era. A era do fracasso. A Era Dunga.
É difícil até imaginar o peso que essa execração pública teve sobre sua vítima maior. Até hoje vemos os sinais dela, em cada entrevista, em cada lembrança rancorosa de Dunga contra os seus algozes. Foi uma crucificação intensa e irresponsável, provavelmente o mais escandaloso caso de “character assassination” de todo o nosso futebol. E o mais incrível é que ainda tem gente que não percebe o absurdo da coisa, que ainda acha que sim, o Dunga é um símbolo do futebol tosco, uma imagem conjurada da ruindade, responsável direto por tudo que é excessivamente sisudo e talentoso de menos em nosso futebol. Para essas pessoas, nem mesmo o tetracampeonato conquistado em 1994 serve como argumento contrário – tão apegadas que são às suas verdades, abraçam a mentira com a sede dos que precisam estar com a razão a qualquer custo. Azar dessas pessoas, digo eu – cegas voluntárias que são, perdem a chance de enxergar a grande redenção não só de uma figura marcante, mas de toda a geração que Dunga representava. Quatro anos depois, o Brasil vibraria junto com Dunga – mas essa história a gente conta no próximo capítulo.
Fotos: Seleção Brucutu pronta para levar uma lição dos argentinos (Memória do Futebol); Dunga, o homem que virou Era (Sporting-Heroes.net); Sebastião Lazaroni em momento contemplativo (FutebolForça.com); a Fogueteira Rosinery brincando de playmate (Almanaque Brasil); Jorginho tentando ser ala contra a Suécia (Getty Images); Müller caindo diante do copeirismo argentino (Goal.com); e Caniggia deixa Taffarel no chão e adia o sonho do tetra (Ross Kinnaird / EMPICS Sport).
Link para a matéria original (blog Carta Na Manga): http://cartanamanga.blogspot.com/2010/05/1990-era-dunga-parte-um.html