2006 - os treze dias que abalaram o mundo

Seleção brasileira antes da segunda partida da Copa de 2006. De pé: Dida, Lúcio, Juan, Emerson, Adriano e Cafu. Agachados: Ronaldinho, Roberto Carlos, Zé Roberto, Kaká e Ronaldo.

Para começo de conversa, peço aos amigos/as que observem atentamente a foto aí em cima, essa mesma que abre esse artigo. Trata-se, como a legenda já revela, da formação brasileira escalada para o segundo jogo da Copa de 2006, contra a Austrália. Se o leitor/a acompanhou os capítulos anteriores dessa série, peço que lembre mentalmente de algumas das fotos semelhantes, com os jogadores perfilados antes dos jogos. Se não tiver lido, lembre então de qualquer time campeão que vier à sua mente, qualquer grupo vitorioso que se postou para fotos oficiais antes de levantar a taça que disputava. Com essa imagem em mente, olhe de novo para a foto da seleção brasileira de 2006. Tem algo errado, não é? Ronaldinho Gaúcho posa como se estivesse sozinho numa sessão de fotos; Cafu olha para baixo, alheio aos cliques dos fotógrafos; Kaká, Zé Roberto e Dida parecem estar com a mente distante, em qualquer outro lugar menos no gramado verdejante do World Cup Stadium de Munique. De modo geral, falta altivez a essa foto – um conceito subjetivo, sim, mas que mesmo assim (e talvez por isso mesmo) se aplica muito bem às coisas do futebol. Uma equipe que se permite ser eternizada em uma pose tão plena de desunião e displicência não tem futuro em competição alguma, que dirá em um torneio de tamanha magnitude. Encaremos o fato: uma seleção com uma foto dessas não pode, de modo algum, ser campeã mundial de futebol.


Lembremos agora dos noticiários envolvendo a preparação brasileira para a Copa da Alemanha, a alegre estada nas aprazíveis paisagens de Weggis, lugar de beleza paradisíaca cravado nos Alpes suíços. Uma concentração bastante descontraída – bem pouco concentrada, talvez pudéssemos colocar as coisas assim. Uma espécie de carnaval em pleno inverno europeu, cheio de mulatas, samba, aglomeração de pessoas e confusão. Muito animado, muito divertido, mas pouco sério – e seriedade, como sabemos, é fundamental para se conquistar qualquer coisa no futebol e na vida. Talvez seja esse mesmo o grande problema – da concentração em Weggis, da foto antes de encarar a Austrália, de toda essa seleção que recende a fracasso. Faltou seriedade, acima de tudo – e a queda acabou sendo uma conseqüência inevitável de tal situação.

Era uma equipe que impressionava, à primeira vista. Vinha de uma campanha forte; na verdade, desde o título de 2002 que o Brasil praticamente não sabia de outra coisa que não a hegemonia do futebol mundial. Pela primeira vez, o Brasil campeão mundial não teve vaga garantida na Copa do Mundo seguinte – o que não foi nenhum problema para nossa seleção, classificada em primeiro lugar nas Eliminatórias em uma campanha de pouquíssimos sobressaltos. Ganhou a Copa América de 2004, a Copa das Confederações de 2005 e vinha badalado, passando ao mundo a imagem de uma equipe forte e coesa.

Na casamata, o retorno de um time de sucesso. Carlos Alberto Parreira, que vinha tendo excelente desempenho como treinador do Corinthians, acabou aceitando o convite para substituir Luís Felipe Scolari no comando da seleção. De início, porém, Parreira hesitou. Além de já ter dado adeus à seleção quando da Copa de 94 nos EUA, vivia bom momento como treinador de clubes e não se sentia especialmente empolgado para abraçar novamente esse rojão. Mas Ricardo Teixeira, admirador de Parreira desde tempos distantes, insistia – e foi elencando vantagens até que nosso fazedor de uvas fosse vencido. Seria a chance de trabalhar novamente com Zagallo, amigo e companheiro de duas conquistas (1970 e 1994). Teria a oportunidade de retomar o trabalho com Américo Faria, supervisor da seleção de 1994 e amigo muito próximo de Parreira. Poderia conquistar o segundo título mundial como treinador, coisa inédita para nosso futebol. E teria a chance de comandar um plantel estelar, uma geração badaladíssima, um verdadeiro manancial de craques para treinador nenhum botar defeito.

E tinha gente boa nesse time, não se pode negar. A defesa se mantinha basicamente a mesma, com Lúcio de xerife e Cafu e Roberto Carlos formando uma dupla de laterais meio acima da idade, mas ainda assim plena de fôlego e capacidade técnica. Emerson, agora na ponta dos cascos, era o pilar do meio campo. Zé Roberto, vivendo grande momento no Bayern Munich (ALE), era nome forte na articulação. E do meio para frente era o Quadrado Mágico, a formação cheia de craques que era incensada pela imprensa até não poder mais. Kaká e Ronaldinho Gaúcho vinham de trás com a bola dominada; na frente, Ronaldo, o artilheiro em 2002, e Adriano eram duas conhecidas máquinas de marcar gols. Dos quatro, apenas Adriano não era ou seria eleito melhor jogador do mundo. Se lembrarmos que tivemos que acomodar gente como Gilberto Silva, Juninho Pernambucano, Robinho, Ricardinho e Fred no banco de reservas, dá para ter uma boa noção do tipo de plantel que tínhamos em mãos. Era uma equipe de inegável cacoete ofensivo, tanto que algumas críticas surgiram aqui e ali. Os poucos descontentes diziam que não seria possível montar um time estável com um meio de campo tão leve, que Ronaldo e Adriano eram muito parecidos, que faltavam carregadores de piano em um time onde todos eram estrelas. Críticas que encontraram ouvidos de mercador na maioria dos cronistas e comentaristas de nossa imprensa esportiva – a mesma que hoje cospe na imagem de 2006, esquecendo que muito da badalação que a corroeu por dentro foi incentivada por eles mesmos.

Os sinais de que as coisas não iam lá tão bem assim surgiam desde 2003 – especialmente em alguns resultados preocupantes, tipo empatar sem gols com a China ou ficar no 1 a 1 contra a equipe do Sevilha (ESP). Além disso, tivemos uma pequena coleção de pedidos de dispensa, com os jogadores preferindo cumprir seus contratos na Europa a disputar partidas pela seleção brasileira. Mas foi depois da convocação final, quando os 23 atletas foram confirmados e a delegação foi chamada para a estada em Weggis, que o bicho começou a ficar feio de verdade. E que foi sendo escancarado para o mundo que aquela seleção, por mais potencial que tivesse, não ia ter uma preparação das mais adequadas.

Alguns jogadores chegaram em situação física deplorável para a preparação antes da Copa. Ronaldo e Adriano tornaram-se imediatamente os casos mais ruidosos. Comentou-se muito na época que Adriano estaria acima dos 100 quilos, o que foi fortemente negado pela equipe médica e pelos preparadores físicos. Fosse como fosse, a verdade é que o Imperador estava totalmente fora de forma. Assim como Ronaldo, que por esses dias recebeu os carinhosos apelidos “Gornaldo”, “Ronaldo Gordo” e “Fofômeno” que carinhosamente (ou nem tanto) o perseguem até hoje. A situação dos dois atletas em especial deixou Parreira muito chateado, como entrevistas pós-Copa deixaram muito claro. E não é para menos – afinal, apresentar-se com semelhante massa adiposa para a mais importante competição do futebol mundial longe está de ser um exemplo de comprometimento e dedicação a uma causa. Jogadores fundamentais, que trazem em si a esperança de milhões, aparecendo para treinar com um preparo físico de assador de churrasco – convenhamos, isso desestimula qualquer grupo de jogadores...

A pacata Weggis jamais vai esquecer a breve visita da seleção brasileira, naqueles dias de verão em 2006. Uma verdadeira legião de turistas invadiu a cidade, transformando a preparação para a Copa em um gigantesco escarcéu. Escolas de samba tomaram conta das arquibancadas. Mulatas rebolantes dividiam espaço com uma série de não-celebridades, e famílias vindas de todos os cantos da Europa batiam fotos dos treinos e aplaudiam cada ensaio de jogadas da seleção. Antes dos treinos, um festival de malabarismos inúteis a cargo de alguns jogadores, transformando ainda mais a preparação em circo. Uma moça de cabelos loiros, cujo nome a História fez bem em lançar no esquecimento, invadiu o gramado em determinado dia, apenas para tascar alguns beijos em Ronaldinho Gaúcho. Era clima de festa – e na moral era festa mesmo, já que se cobrava ingresso e ganhava-se uma grana bem interessante naqueles treinos. Nas cercanias do Thermoplan Arena, um comércio maluco de todos os tipos de bugigangas, motivado pela presença de uma massa humana que quase triplicava a população da pequena cidade de 5mil habitantes. Terminado o “treino” do dia, os atletas encaravam uma zona mista que mais parecia zona de guerra, com repórteres se acotovelando para falar com os jogadores. E isso sem contar as sessões de autógrafos, fotos, abraços e beijos que às vezes atrasavam em mais de uma hora o retorno dos atletas para o hotel. Depois das atividades, era hora de descansar – e alguns jogadores se mandavam para Lucerna, cidade localizada a 30mins de Weggis, para cair na noite em baladas que iam até o amanhecer. Alguns, como Ronaldo e Roberto Carlos, chegaram a estampar jornais locais com flagrantes de sua agitada vida noturna. Como se pode ver, fizemos de tudo nos treze dias de concentração em Weggis – tudo, menos nos prepararmos para uma Copa do Mundo.

E para coroar essa preparação exaustiva, dois amistosos de alta carga de exigência – um 13 a 1 contra a equipe sub-21 do Fluminense e um embate dramático contra o perigosíssimo Lucerna, recém classificado para a primeira divisão suíça e que segurou um honroso 8 a 0 contra os brasileiros. Nesse cotejo épico contra os suíços, Edmílson se lesionou e acabou cortado da seleção, sendo substituído por Mineiro. E assim foi o Brasil, concentrado e preparado além de qualquer questionamento, para encarar as seleções mais perigosas do planeta em uma sempre renhida Copa do Mundo. Bravo, é assim mesmo que se faz.

Para muitos, talvez deslumbrados com a suposta pujança de nossos craques, quem sabe desconhecedores do clima descontraído de Weggis, a nossa seleção ainda era uma das favoritas para vencer na Alemanha – se possível, dando espetáculo. Mas essa errônea visão começaria a ruir já na primeira partida brasileira, disputada em 13 de junho no Olympiastadiom de Berlin. Para encarar a Croácia, fomos escalados com Dida; Cafu, Lúcio, Juan e Roberto Carlos; Emerson, Zé Roberto, Kaká e Ronaldinho Gaúcho; Adriano e Ronaldo.



E foi um jogo chatíssimo, que me provoca bocejos preguiçosos só de lembrar. Iludidos com a caduca ideia de que basta escalar craques para empilhar gols, fomos logo confrontados com a dura, mas inegável realidade: bastava uma seleção européia meia boca fazer uma retranca convicta para o quadrado mágico sumir entre encontrões e botinadas. A magra vitória foi construída em cima de uma jogada individual de Kaká, mas a essa altura já ficavam claras as deficiências da equipe brasileira, em especial na imensa dificuldade que os dois atacantes tinham para sequer dominar a bola, que dirá fazer qualquer coisa produtiva com ela. No fim das contas, o 1 a 0 foi magro, mas ao menos foi uma vitória – melhor que nada, diriam alguns. Pouco mais que nada, diria eu...




Contra a Austrália, um pouquinho mais de futebol – não muito, vejam bem, mas ao menos foi um progresso. Mesmo assim, o placar de 2 a 0 só foi construído na segunda etapa e a duras penas. Os australianos, tidos por muitos como ingênuos peladeiros, mostraram grande maturidade e foram cozinhando sem medo os brasileiros, inclusive arriscando alguns lances de perigo pelo caminho. O meio de campo brasileiro era uma tremenda maçaroca, uma simples linha de passe parecia missão impossível, e o time em geral parecia perdido. O quadrado, tão cantado em prosa e verso, tinha virado uma prisão para Ronaldinho, que sumia do lado esquerdo e ficava o tempo todo alheio ao que quer que estivesse acontecendo no campo. Ronaldo, em um símbolo de sua má forma física, deu uma furada em bola vergonhosa, coisa que seria mal vista até em treino dos juvenis do saudoso Matsubara. O Brasil até cresceu no segundo tempo, marcando os gols da vitória com Adriano e Fred. Zé Roberto, sempre muito interessado, foi um dos que se salvou durante o jogo. Mas a partida foi muito fraca, e só sendo cego ou otimista incorrigível para não perceber que o Brasil, naquele momento, era uma nau praticamente à deriva.



Contra os japoneses, o Brasil teve a chance de fazer a sempre famosa goleada para enganar bobo. Olhando para o dilatado placar final de 4 a 1, talvez se tenha a impressão de uma partida redentora, de lampejos de grande futebol ou qualquer coisa assim. Mas nada disso: foi uma partida desigual, na qual o Brasil precisou apenas de um pouco de empolgação para patrolar um Japão fraco e incapaz de reagir. E os nipônicos ainda saíram ganhando, gol de Tamada aos 33mins, em uma demonstração de que mesmo diante da fragilidade japonesa o Brasil não estava exatamente mandando no jogo. Quando se dispôs a um pouco mais de esforço, a seleção brasileira tomou conta de tudo, construiu a goleada e poderia até ter metido mais. Mas mesmo goleando não se tratava de um time que fosse empolgante de assistir – provavelmente porque alguns dos próprios jogadores entravam em campo sem tesão nenhum... Líder, com 100% de aproveitamento e saldo positivo de seis gols – olhando pelos números, estava bem o Brasil. Mas números não resultam sempre em taças, sejam placares ou cifrões – e o Brasil inteiro, do cronista esportivo ao vendedor de picolé, logo ia se dar conta disso.



O adversário das oitavas seria a seleção de Gana, grande revelação africana daquela Copa. Era uma seleção tida como das mais perigosas, dotada de craques velozes como Amoah, Appiah, Addo e Gyan. Mas os africanos não deram nem para a saída – eram 5mins quando Ronaldo, o mais matador dos gordinhos centroavantes do Brasil, meteu a bucha sem medo e abriu o placar. Determinados a reagir logo, os ganeses apelaram para uma tática quase suicida, adiantando bastante a marcação na tentativa de forçar o erro brasileiro. E por pouco não deu certo, já que Dida se viu forçado a boas defesas. Quando Gana dava pinta de que poderia reagir, Adriano – em um impedimento clamoroso – fez o segundo gol, no finalzinho da etapa inicial.

Daí não teve jeito. O Brasil ficou amorcegando, Gana foi desanimando, e lá pela metade do segundo tempo já tínhamos uma partida burocraticamente decidida a favor do Brasil. Longe de jogar bem, o Brasil tinha uma marcação muito deficiente no meio de campo, além de dificuldades visíveis nas laterais, em especial na esquerda. O terceiro gol, de Zé Roberto, veio como um brinde tardio – era o Brasil classificado sem nunca convencer, mas de qualquer modo sem tomar maiores suadouros.



O problema é que, depois dessa jornada relativamente tranquila, o Brasil teria pela frente a nada tranquila seleção da França, uma das nossas toucas favoritas em Copas do Mundo. Campeões em 1998, fiasco em 2002, os franceses vinham fazendo campanha mediana até ali – empataram com Suíça e Coréia do Sul, venceram Togo por 2 a 0 e avançaram nas oitavas matando a Espanha por 3 a 1. Não era uma seleção desprezível, muito pelo contrário – vinha em um crescendo na competição, ganhando estabilidade depois de um começo inseguro, e respeitá-los era o mínimo para qualquer time que tencionasse vencê-los. Ainda mais tendo tomado 3 a 0 deles em final de Copa do Mundo, o que certamente deixa lá as suas marcas...

A partida em si, disputada no dia 01 de julho no FIFA WM Stadion de Frankfurt, é daquelas que dói só de lembrar. De certo modo, é até bom que o mundo não acabe até a próxima terça-feira, quando encararemos a Coréia do Norte – afinal, encerrar nossa história em Copas com um jogo tão medonho é castigo demais para uma seleção com tantas conquistas. Na verdade, podemos dizer que todos os maus hábitos brasileiros estouraram ali, naquele jogo decisivo contra os franceses. O Brasil foi simplesmente patético: desconjuntado, frouxo na marcação, sem brio e determinação. Na tentativa de segurar mais o time nas laterais, Parreira deslocou Zé Roberto para ficar quase à frente de Roberto Carlos – e tirou Emerson do time, colocando Gilberto Silva para fechar do lado direito. Não deu certo, e ainda privou a equipe de Emerson, o jogador com mais espírito de liderança naquele plantel. A França passou a partida inteira jogando com constrangedora liberdade, rolando até alguns toques de letra e balõezinhos de Zidane, especialmente endiabrado na partida em questão. Marcando de longe, como se estivessem intimidados, nossos homens de contenção foram deixando Zizou sentir-se em casa no campo de ataque brasileiro. E tal equívoco, ainda mais contra um craque desse calibre, nunca poderia dar em coisa boa.

O gol francês entrou para a história: enquanto Roberto Carlos arrumava o cano de suas meias, a bola cruzava a área brasileira e Henry surgia, livre e desimpedido para marcar o gol da vitória. Há de fato uma displicência difícil de perdoar em um atleta tão experiente e de tamanha história na seleção; mas também é fato que a defesa inteira do Brasil ficou apenas contemplando o lance, sem que ninguém tomasse qualquer tipo de atitude. Aliás, a falta de atitude foi constante durante todo o jogo – ela apenas se torna mais, digamos, explícita no lance decisivo da partida. Ronaldo, ainda fora de forma na quinta partida do mundial, foi facilmente neutralizado pela marcação francesa. Juninho Pernambucano, escalado para acompanhar Kaká na armação de meio de campo, foi mal e nada fez. Ronaldinho Gaúcho rendeu no ataque o mesmo que vinha mostrando como meia, mais aberto pela esquerda – virtualmente nada. O Brasil não soube se defender, não conseguiu criar boas jogadas de meio e quase não levou perigo para Barthez. Pouco, muito pouco para uma equipe que vinha tão credenciada para a Copa – mas até demais para quem, desde antes da preparação final, vinha demonstrando um assustador descompromisso consigo mesmo e com sua história.



No fim das contas, o saldo final dessa situação toda foi exatamente o que poderia ter sido. Um time fora de foco, perdido, com jogadores que pareciam pouco se importar se ganhariam a Copa ou não. Houve muita cobrança sobre vários deles depois da derrota em Frankfurt, e de modo geral os atletas adotaram uma postura do tipo “não foi bem assim” – Roberto Carlos, em uma atitude defensiva que entrou para a história pelo cinismo, disse que em 2002 a farra nos bastidores foi muito maior e por termos ganhado a Copa ninguém reclamou... Outros, como Cafu, defenderam-se das cobranças lembrando as conquistas do passado. Mais recentemente, Ronaldinho Gaúcho e Kaká pediram desculpas pelo desempenho insuficiente de 2006, prometendo que fariam diferente em 2010 caso tivessem a chance. De modo geral, sobraram desculpas e justificativas, mas faltou coragem para abraçar o rojão. Diante da responsabilidade da derrota, demonstrou-se a falta de compromisso e comprometimento que foi a marca de toda a campanha. Um time incapaz de ter grandeza na hora de encarar o fracasso, como o foi em todos os momentos dessa pouco edificante trajetória. Com tudo isso em mente, a foto bizarra contra a seleção australiana ganha finalmente todo o sentido que parecia confuso no começo. Aquela nunca foi, no fim das contas, uma seleção para ser levada a sério...

Fotos: seleção brasileira posando para algo parecido com uma foto, contra a Austrália (Futebol em Fotos); Ronaldo atacando de DJ em Lucerna, Suíça (GloboEsporte); Parreira, percebendo a enrascada em que tinha se metido (Tribuna do Mato Grosso); Ronaldo e seu físico privilegiado pré-Copa (GloboEsporte); Ronaldinho Gaúcho em conluio carnal no campo de treinos em Weggis (Gazeta Press); Kaká em um dos raros momentos de euforia de nossa seleção (PhotoBucket); Henry mete a bucha diante de um atônito Dida (World Cup Corner); e Zidane bate palmas no enterro do sonho do hexa (TheAge.com.au).


Link para a matéria original (blog Carta Na Manga): http://cartanamanga.blogspot.com/2010/06/2006-os-treze-dias-que-abalaram-o-mundo.html

Anônimo –   – (30 de novembro de 2016 às 15:52)  

Otimo texto.. Era criança quando acompanhei essa Copa, Ronaldo era meu maior ídolo no futebol e chorei quando perdemos. É uma decepção saber dos bastidores agora mais velho, saber da falta de comprometimento dessa seleção. Que vergonha..

Huang.  – (20 de abril de 2018 às 20:30)  

Ah, se voce soubesse oq aconteceria em 2014... hahahah

Postar um comentário

  © Blogger template Shush by Ourblogtemplates.com 2009

Back to TOP